Material: Aspirado de Medula Óssea

Preparo: A coleta de Medula Óssea DEVE obrigatoriamente ser feita pelo médico.
*DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – Enviar Questionário e cópia do Pedido Médico contendo: Hipótese diagnóstica; Dados do local de coleta; Dificuldade ou não na realização da coleta e Dados da consistência óssea; Data de nascimento do paciente; Cópia do hemograma; Telefone do médico para contato.
**Sessão de downloads site Álvaro: REQ00874 – Formulário para Imunofenotipagem Citometria de Fluxo

Interpretação: Permite a avaliação qualitativa e quantitativa das células da medula óssea (celularidade/maturação), a identificação das que forem incomuns à sua citologia e de parasitas.
Sinônimos: Análise de medula óssea, aspiração de medula óssea.
Indicação: No diagnóstico de: anemia aplástica, agranulocitose, leucemias, mielodisplasias, síndromes mieloproliferativas, doenças linfoproliferativas, câncer metastático, mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom, púrpura trombocitopênica imunológica, hiperesplenismo, doenças de depósito, anemia megaloblástica, comprometimento da medula óssea por doenças infecciosas (TB, leishmaniose, blastomicose, histoplasmose etc), avaliação do estoque de ferro, acompanhamento durante ou após tratamento de doenças hematológicas (leucemias, mielodisplasias, mielomas etc)
Interpretação clínica: Em condições normais a medula óssea é normocelular de acordo com a idade, embora o melhor método para avaliação da celularidade seja a biópsia da medula óssea; a hemodiluição está ausente ou discreta; a relação granulocítica/ eritrocítica varia de acordo com valores de referência para cada idade. Em cada uma das séries há normomaturação, alterações microcíticas e megaloblásticas são ausentes ou discretas, dishemopoese está ausente, assim como células anômalas do tecido hematopoético ou de outro tecido, células de depósito e microorganismos. A atividade fagocítica varia de discreta a moderada.
É fornecida a contagem percentual média de neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e eritroblastos e é calculada a relação Relação Mielóide/Eritróide, parâmetros que variam de acordo com a idade. É fornecida a contagem percentual média da série granulocítica, mieloblastos, promielócitos, mielócitos, metamielócitos, bastões, segmentados, eosinófilos, basófilos, série eritrocítica (total), linfócitos, plasmócitos, monócitos, megacariócitos, células reticulares e a relação Mielóide/Eritróide e comparada à variação de adultos normais.
Algumas alterações podem ser observadas:
– Celularidade: Hipocelularidade: hemodiluição, hipoplasia de MO, aplasia de MO, Fibrose de MO. Hipercelularidade: Reacional à processos inflamatórios/infecciosos, Distúrbios hemolíticos, Doenças mieloproliferativas, Doenças linfoproliferativas, Leucemias agudas. A celularidade é melhor avaliada à biópsia de medula óssea.
– Relação G/E: útil na avaliação de hipo ou hipercelularidade das séries granulocítica ou eritrocítica, como especificado abaixo.
– Série eritrocítica:
Hipocelular: hipoplasia ou aplasia pura de série vermelha , associadas a doença congênita: Síndrome de Blackfan Diamond ou adquirida: Crises aplásticas de anemias hemolíticas, Infecção por parvovírus, Timoma, Paraneoplásica, Drogas, etc. Hipercelular: anemias hemolíticas, anemias por perdas, policitemia secundária ou vera, reacional a quadros inflamatórios, etc.
Parada de maturação: recuperação pós aplasia, Sindrome Mielodisplásica.
Alterações megaloblásticas ou megaloblastóides: anemia megaloblástica por def. de vit B12 e/ou ácido fólico, associadas a drogas(ex: sulfonamidas, Methotrexate), Mielodisplasias, etc. Alterações microeritroblásticas: talassemias, anemia ferropriva.
Diseritropoese: Síndrome Mielodisplásica, Anemia megaloblástica, Secundária à drogas (ex. QT).
-Série granulocítica:
Hipocelular: Hipoplasia/ Aplasia de MO, Secundária a drogas (Ex: Cloranfenicol, QT), Secundária a Radioterapia, Fibrose de Medula óssea, Osteopetrose, etc. Hipercelular: Reacional a processos inflamatórios/infecciosos, Doenças mieloproliferativas, uso de fatores estimuladores de colônias de granulócitos (G-CSF), Recuperação pós quimioterapia.
Parada de maturação: recuperação pós aplasia, secundária a drogas (ex: sulfonamidas, MTX), Síndrome Mielodisplásica.
Alterações megaloblásticas/ megaloblastóides: Deficiência de B12 e folato, Secundárias a drogas (sulfonamidas, MTX), Sindrome Mielodisplásica.
Disgranulopoese: Idem diseritropoese.
– Série linfoplasmocitária: Linfocitose: Doenças linfoproliferativas crônicas, raramente em quadros reacionais. Hipocelularidade Linfocitária: pode estar associada a imunodeficiência adquirida, ou ser apenas relativa em medulas onde outras séries estão muito aumentadas. Plasmocitose: reacionais a processos inflamatórios ou neoplásicos e Mieloma Múltiplo.
– Série monocítica-macrofágica: Monocitose: Leucemia Mielomonocítica Crônica (adulto ou juvenil), raramente em recuperação pós quimioterapia. A presença de células reticulares é habitual na medula óssea, porém em alguns casos pode haver aumento da atividade fagocitária (Processos reacionais inflamatórios, Síndrome Mielodisplásica, Doenças infecciosas virais, bacterianas ou parasitárias comprometendo MO, citotoxicidade por drogas, etc.).
– Série Megacariocítica: Hipocelularidade: Hipoplasia ou aplasia de medula óssea primárias ou associadas a uso de drogas, quimio e/ou radioterapia, Púrpura amegacariocítica adquirida ou congênita (Trombocitopenia com Ausência de Radio). Hipercelularidade: Reacionai a processos inflamatórios ou hemorrágicos, Recuperação pós quimio/radioterapia, Púrpura Trombocitopênia Imunológica.
Dismegacariopoese: idem diseritropoese.
Sugestão de leitura complementar:
Brunning RD, Orazi A, Germing U, et al. Myelodysplastic syndromes/neoplasms, overview. In:Swerdlow SH, Campo E, Harris NL, Jaffe ES, Pileri SA,Stein H, Thiele J & Vardiman JW (eds.). World Health Organization Classification of tumours of haematopoietic and lymphoid tissues. 4th. Lyon: IARC Press, 2008;88-93.
Valent P, Horny HP, Bennett JM, et al. Definitions and standards in the diagnosis and treatment of the myelodysplastic syndromes: Consensus statements and report from a working conference. Leuk Res 2007 Jun;31(6):727-36.
Lee G Richard, et al. Wintrobe Hematologia Clínica 2v. Manole Ed. 1998.

Coleta: A coleta de Medula Óssea DEVE obrigatoriamente ser feita pelo médico.
LÂMINAS: Enviar 6 lâminas de Medula Óssea. Esfregaço deve ser realizado sem anticoagulante. As lâminas devem ser identificadas com as iniciais do nome do paciente e estar bem secas antes de serem colocadas no porta lâminas, que deverá ser identificado com a etiqueta de código de barras colada na vertical. Evitar colar etiquetas sob o esfregaço. TUBO: Coletar 1 tubo de Sangue total-EDTA (tampa roxa) e enviar em temperatura ambiente.